LINHA DO TEMPO 5

SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA 5

 

A Escola

Vamos falar mais um pouco do Vini, daquele bebê lindo, risonho, fotogênico, carismático e feliz.

O Vini, apesar de suas dificuldades, sempre foi uma criança feliz, risonha, mas que também tem seus momentos de “pitis” e que quando bem pequeno ocorriam toda vez que não estava comigo, isso significava colo, muito colo.

Até ele ir para a escola, não me lembro do Vini sem estar no meu colo durante as horas que estava acordado. Mas me lembro de fazer almoço com ele no colo, de arrumar as coisas com ele no colo, de andar por onde eu fosse com ele no colo, o que eu não me lembro mesmo era como eu fazia tudo segurando ele…rs. Eu não podia sair do seu campo visual, se isso acontecesse o berreiro tomava conta, deixa-lo com alguém ?, nem pensar, tomar banho tranquila?, só com o bebê conforto de frente para o box, brincando de “cute”. Com 8 meses de Vini eu estava realmente desgastada e me lembro de passar um dia inteiro colocando a chupeta na boca do Vini e ele arremessando longe, mas eu insisti e muito, até que consegui…tive que fazer isso pela minha saúde mental e pela dele…kkkkk. E foi ótimo, para nós dois e garanto que não atrapalhou em nada.

 

Com 1 ano e 1 mês eu tentei colocar o Vini na escola, meio período, nem terminamos a adaptação e percebi que eu ainda não estava pronta, apesar de eu mesma ter querido aquilo. Mas enfim, não era o momento, eu ainda precisava dele perto de mim, apesar do cansaço.

Então com 1 ano e 8 meses Vini foi para a escola, pensamos e repensamos com todo cuidado como aquilo aconteceria, talvez uma adaptação mais prolongada, até cogitamos ir dia sim dia não, mas a escola expôs suas razões contra aquela idéia, muito bem fundamentada e concordamos de imediato. A questão era que o Vini jamais ficava com ninguém, somente comigo, e se, por extrema necessidade, ele precisasse ficar com alguém o choro era presente até que eu retornasse, angustiante, período difícil e cansativo, mas compreensível, eu era o porto seguro dele. Enfim começamos a adaptação na escola, e então, como quase sempre, Vini nos surpreendeu, não deu trabalho nenhum para ficar na escola, adaptação normal de 1 semana, como de rotina para todas as crianças, ele sentiu confiança e eu também. Eu já conhecia a escola, pois era a mesma que meu outro filho frequentava, mas garanto que conheci realmente e gostei ainda mais quando o Vini ali chegou, estar na escola foi libertador para mim e para ele, foi o primeiro grande passo de independência que meu Vini dava na vida, e foi maravilhoso e continua sendo até hoje. E assim iniciamos uma nova etapa na vida dele.

Sempre carismático, apaixonante, rapidamente cativou os corações de todos na escola e surpreendia a todos com suas caras e bocas, sempre mostrando suas vontades. Por zelo e cuidado a escola achou melhor o Vini iniciar no berçário, apesar da idade avançada para tal, mas eu confiei, ambos os lados precisavam se adaptar e reconhecer aquele novo território, e assim aconteceu. Ali conhecemos carinho sem tamanho, amor em cada gesto e palavra, fizemos amizades que guardamos no coração e na alma, laços profundos que construíram a base sólida e a confiança que o Vini tem na escola e nele mesmo até hoje. Então, em apenas 2 meses de berçário, a escola me comunicou que o Vini estava pronto para “passar de ano” e assim seguir com a sua turminha, lembro direitinho na porta do berçário recebendo esta notícia linda, e eu chorei de emoção, afinal de contas aquilo era uma constatação de que não somente eu via e acreditava no potencial do meu filho. Agora ele não fazia mais parte do berçário, ele estava no mini maternal. Pela idade ele poderia estar uma turma a frente, mas vendo a interação e carinho que o Vini já tinha desenvolvido com a turminha do mini maternal, apesar da escola ter me comunicado, 4 meses depois, da possibilidade do Vini “passar mais um ano”, eu resolvi não mudar de novo o Vini de turma, ele já tinha amizades e relações consistentes, apesar da pouca idade, e eu decidi priorizar o vínculo, o afeto que ali já estava estabelecido.

O Vini fez amizades preciosas, eu costumo dizer, amiguinhos realmente especiais que nunca fizeram diferença nenhuma com o Vini, aliás cuidar e ajudar o Vini era e é palavra de ordem entre essas crianças, o carinho deles com o Vini é lindo de ver, eles veem o que muitos adultos não conseguem ver e simplesmente ignoram aquilo que muitos adultos tem, que é o preconceito, o medo do desconhecido, mas criança é ser mágico, quanto maior a novidade, quanto mais diferença, aí que é divertido, aí que eles querem descobrir mais, conhecer, reconhecer e explorar ao máximo, sem se dar conta do tamanho daquele gesto, do quanto está fazendo bem ao outro, um olhar atento de uma criança resolve qualquer problema, porque o que ela se  dedica a fazer é  com o coração, e o que tem amor envolvido não tem como dar errado. Vini tem sorte de ter encontrado um lugar seguro, divertido e cheio de gente que o ama para estudar e viver.

Assim Vini segue, sempre aluno dedicado e alegre, sempre acompanhou a turma, apesar das suas limitações motoras, as adaptações sempre foram feitas prontamente para que o Vini participasse de tudo sempre da melhor forma possível, esbanjando sorrisos por onde ia, participando sempre de todas as atividades e eventos escolares, arrancando lágrimas da mamãe a cada apresentação, as quais ele sempre participou e participa com toda vontade e animação, completamente inserido e amado.

Tive sorte com a escola escolhida? Diante de todas as histórias que escuto de outras mães que vivem com seus filhos situações parecidas com as que vivo, tenho certeza que tive sorte sim. Pois quando o Vini iniciou a escola não imaginávamos todas as demandas que seriam necessárias ao longo do tempo e, no nosso caso, sempre fomos muito bem acolhidos e tudo sempre feito da melhor maneira para o Vini.  Conosco sempre foram muito atenciosos, compreensivos, abertos para conversas e permissíveis quanto a presença dos terapeutas para esclarecimento e orientações, adaptações desde simples atividades até estruturas escolares, tudo sempre feito com todo cuidado e carinho de forma imediata. Realmente tive sorte de escolher pessoas comprometidas e que realmente gostam do que fazem, o que não é tão comum, infelizmente. Gratidão a toda equipe que caminha conosco até hoje.

A escola fez muita diferença na vida do Vini e acredito que faça na vida de qualquer criança, mas quando uma criança tem limitações o medo e a insegurança que eles sentem, e nós pais também, podem fazer com que essas limitações se tornem maiores do que realmente são, é necessário acreditar no potencial deles e oferecer a eles a chance de ser alguém único, de conhecer-se como indivíduo, não se ver mais como extensão das mães, é muito importante para o crescimento dessas crianças essa separação.

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